OH MEU MENGÃO...

Na regata ele me mata, me maltrata,me arrebata de emoção no coraçãoMeus amigos, só mesmo o Flamengo para ser Cósmico até mesmo em um revés, como na noite desta quarta-feira, 9 de maio. Mesmo reconhecendo a influência do sr. Hector Baldassi, argentino filho da puta (com o perdão da redundância), um árbitro de merda que nos garfou ao longo de 90 minutos, devo dizer que o revés é desígnio dos deuses, do destino, tal e qual a incoerência de colocar um Filho neste mundo para que com seu sacrifício e sangue ele traga a salvação.Do alto das minhas cadeiras inglesas, eu posso dizer, sem pestanejar: o Cósmico não levou o Flamengaço ao triunfo por outro motivo - não, se você pensou que era para castigar Ney Franco, este técnico horroroso, pelas alterações completamente sem nexo, se enganou. O Cósmico não deixou o triunfo acontecer porque simplesmente era necessário que ao fim do dramático espetáculo a maior torcida do mundo desse uma demonstração cabal de amor, enchesse todos nossos corações com esperança, ao protagonizar a cena mais linda e comovente da história do futebol (depois da despedida do Zico e depois do gol do Nunes em 1980, claro): todos, em pé, como só o Flamengo sabe ser, cantando o Hino Nacional do Flamengo, e ao fim gritando É CAMPEÃO.Demos uma lição àquelas torcidas formadas por infiéis, que se comprazem, por exemplo, em anunciar que vão fazer o tal Gol 1000 e de repente se flagram gritando "AH, É (nome de assassino censurado)".Sim, só mesmo o Flamengo para, na derrota (ainda que tenha sido 2 a 0 para nós), tocar cada coração dos 70 mil presentes e fazê-los cantar o hino, cantar o nome dos jogadores. É quase como se a derrota fosse necessária. Não, minto. Nenhuma derrota é necessária, nenhuma derrota é desejada - a não ser pelo Cósmico. Este, escreveu de forma dolorosa para nós, mas escreveu uma linha importante de nossa história.Nenhum título é comparável ao reconhecimento da maior torcida do mundo, a torcida do Cósmico. E ser aplaudido, ter o hino cantado na derrota, é ser História.Nada, meus amigos, é mais História neste mundo que o Flamengo.